Temporada 2024
abril
s t q q s s d
<abril>
segterquaquisexsábdom
25262728293031
123 4 5 6 7
89101112 13 14
151617 18 19 20 21
222324 25 26 27 28
293012345
jan fev mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez
PRAÇA JÚLIO PRESTES, Nº 16
01218 020 | SÃO PAULO - SP
+55 11 3367 9500
SEG A SEX – DAS 9h ÀS 18h
01
out 2017
domingo 11h00 Concertos Matinais
Matinais: Osesp e Baldini


Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo
Emmanuele Baldini regente
Bogdan Hudzelaits violino
Mariana Menezes regente


Programação
Sujeita a
Alterações
Wolfgang A. MOZART
O Empresário, KV 486: Abertura
Sinfonia nº 33 em Si bemol maior, KV 319
Felix MENDELSSOHN-BARTHOLDY
Concerto Para Violino e Orquestra em Mi Menor, Op.64

 

Este concerto integra a apresentação de um dos cinco jovens selecionados na edição 2017 do Concurso Jovens Solistas da Osesp.

Este concerto conta com recursos de acessibilidade. Para inscrições e mais informações, clique aqui.

INGRESSOS
  Gratuito
  DOMINGO 01/OUT/2017 11h00
 

Ingressos disponíveis na bilheteria do 1º subsolo da Sala São Paulo a partir da segunda-feira anterior ao concerto, limitados a quatro por pessoa. A partir de cinco ingressos, será cobrado o valor de R$ 2,00 por ingresso, também limitados a quatro por pessoa. Devido à grande procura, recomendamos que verifique se há disponibilidade de ingressos.
20 % dos ingressos são reservados para distribuição no dia do concerto, a partir das 9h30, apenas um ingresso por pessoa. Recomendamos a chegada antecipada.
Informações: T 55 11 3223 3966.

Sala São Paulo
São Paulo-SP - Brasil

Notas de Programa

MOZART

O Empresário, KV 486: Abertura


Clareza, transparência e equilíbrio. Tais características se aplicam invariavelmente à música de Mozart, que conseguiu acrescentar à perfeição clássica do seu artesanato uma sublime e inconfundível expressão pessoal. Deixando uma vasta produção musical, em seus 35 anos de vida, Mozart abordou com especial maestria o gênero operístico, com libretos em italiano e em alemão.


A ópera em um ato Der Schauspieldirektor [O Empresário] foi composta em 1786, sobre libreto de Gottlieb Stephanie, e estreada no Castelo de Schönbrunn, em Viena, durante evento promovido pelo imperador Joseph II [...]. Não há, contudo, como comparar essa obra mozartiana com a sua trilogia italiana em colaboração com Lorenzo da Ponte – Bodas de Fígaro (1786), Don Giovanni (1787) e Così Fan Tutte (1790) –, muito menos com sua última experiência operística em alemão, Flauta Mágica (1791).


Em cerca de 60 minutos de ópera, O Empresário tem aproximadamente meia hora de texto falado e meia hora de música cantada. Sua “Abertura”, contudo, exibe em doses generosas a reluzente linguagem de Mozart, na elegância do estilo e pertinente manipulação formal. Usando, com originalidade, a estrutura da forma-sonata, Mozart antecipa a consistência do desenvolvimento temático beethoveniano e as futuras cintilações rossinianas, que mais tarde consolidariam o gênero lírico.

 

RONALDO MIRANDA é compositor e professor do Departamento de Música

da ECA–USP. Entre outras obras de sua autoria encomendadas pela Osesp,

estão o Concerto para Violino (2010) e as Variações Temporais (2014).

 

 

MOZART

Sinfonia nº 33 em Si Bemol Maior, KV 319


Embora várias sinfonias de Mozart se organizem em três movimentos, é possível notar uma tendência para equilibrar a forma geral em quatro movimentos, especialmente na produção da década de 1780, quando o compositor se radicou em Viena. O fato de a Sinfonia nº 33 ter sido escrita ainda em Salzburg (1779), inicialmente seccionada em “Allegro Assai”, “Andante Moderato” e “Allegro Assai”, pode explicar a escolha, menos usual, do compasso ternário para o “Allegro” inicial. A principal diferença entre as sinfonias de três e de quatro movimentos é que nas de quatro havia a inserção de um minueto (uma dança ternária) antes do “Finale”. Ao reservar a utilização do compasso ternário somente para essa dança, os compositores conseguiam manipular a organização do tempo de modo a provocar jogos rítmicos que se contrapusessem aos já consolidados compassos de dois ou quatro tempos, estabelecidos nos movimentos iniciais.

 

Mas o que acontece na Sinfonia nº 33 é algo ainda mais particular: uma decisão a posteriori de escrever e incorporar o minueto, por ocasião de uma apresentação em Viena em meados dos anos 1780. Desde então, a sinfonia passou a ter dois movimentos ternários (I e III) e dois binários (II e IV).


Assim como ocorre no Concerto em Fá de Haydn, a escrita camerística pode ser observada ao longo de toda a peça e, nesse sentido, a participação do naipe de sopros − constituído aqui apenas pelas trompas e pelos instrumentos de palheta dupla (oboés e fagotes) − é decisiva para a trama. No engenhoso primeiro movimento, na tonalidade principal, chama a atenção a extrema concisão dos materiais temáticos; Mozart deriva uma série de fragmentos a partir de um único arpejo descendente, que pode ser ouvido nas cordas graves já no compasso inicial. A escala ascendente que se segue nos violinos traz uma sutil passagem cromática, que mais à frente também será objeto de exploração.


Após o denso “Andante” e o breve “Minueto”, a peça termina com mais um “Allegro”. Combinando virtuosismo e leveza, o movimento reserva ainda lugar para uma última surpresa, uma melodia cantabile (segundo tema), que evoca a fluência da escrita vocal, tão característica do compositor.

 

SERGIO MOLINA é compositor, Doutor em Música pela USP,
coordenador da Pós-Graduação em Canção Popular na FASM (SP)
e professor de Composição no ICG/UEPA de Belém.